domingo, 21 de novembro de 2010

MITOS SOBRE EXU

Muitas coisas são ditas e muitos textos são escritos sobre o trabalho dos Exús na Umbanda. Com isso, muitos mitos foram criados, alguns até absurdos e deturpadores, por pessoas que não entendem o verdadeiro trabalho do Exu, na Umbanda, ou não entendem a verdadeira missão da Umbanda, nesse planeta.
Com esse texto, vamos tentar explicar e quem sabe até, desmistificar esses mitos que confundem a cabeça e o aprendizado daqueles que se propõem bem servir sua religião: A Umbanda.

A Umbanda em sua dinâmica básica, lida com espíritos dos mais variados graus de evolução. As Entidades, Guias e Mentores que se apresentam nos terreiros exercem um trabalho incansável contra as forças trevosas.

Na Umbanda, a origem de Exú está em função da necessidade de existirem Guardiões, encaminhadores e combatentes das forças negativas. Trabalho básico da nossa religião. Por isso é que se diz que, “Sem Exú não se faz nada”. Isso, não porque Exú não deixa, porque é vingador, traidor ou voluntarioso, como querem fazer pensar algumas estórias que se contam por aí. Mas sim, porque não há como combater as forças negativas e trevosas, sem a devida defesa e proteção.
Muitas pessoas perguntam: “Então nossos Guias (Caboclos, Pretos-velhos, etc...) não nos protegem e defendem? Só os Exús fazem isso? E a resposta vem da própria Espiritualidade: -” Logicamente que os Guias lhes defendem e lhes protegem, entretanto, cabe a Exú o primeiro combate, o combate direto contra as energias que circulam no Astral Inferior. Esta é a especialidade de Exú, pois ele conhece profundamente todos os caminhos e trilhas desse ambiente energético. É a sua função primeira”.
Tudo na Umbanda é organizado, coerente e lógico !!

Outro mito, que muito confunde os iniciados na religião, diz respeito à Confiabilidade de Exú.
Muitas pessoas, que vão a um terreiro em busca de ajuda ou socorro para assuntos materiais e até espirituais, são surpreendidos, quando em consulta, lhes é dito que estão sendo vítimas de “trabalho feito”, que esse “trabalho” foi feito por um Exú, e outros vão mais além, dizendo que o Exú “malfeitor” é o Sr. Fulano de Tal (geralmente um Exú famoso, de nome e fama conhecidos). Bom, aí vem a incoerência !!!
Se nós, Dirigentes e Orientadores espirituais falamos que Exú não é traíra, é combatente das forças trevosas, conhecedor e manipulador dos segredos da magia. Como pode, esse mesmo Exú, ser aquele espírito que usa indevidamente seus poderes e conhecimentos para prejudicar pessoas indefesas ? Como pode esse mesmo Exú, não ter nenhuma aspiração evolutiva, ser manipulado pela vontade das pessoas que desejam prejudicar seus semelhantes, a bel prazer ? Como pode esse mesmo Exú, usar seus conhecimentos e poderes contra si próprio, já que, com certeza, arcará com as conseqüências dos seus atos? Como pode, esse mesmo Exú, tido como o Mensageiro dos Orixás, Guardião dos segredos e dos caminhos da Espiritualidade, trair a confiança dos Espíritos de Luz e anular toda a caridade praticada pelos seres da Espiritualidade positiva?
A resposta é uma só e unânime: - “O tal ” trabalho feito” não foi realizado por um Exú e sim por um obsessor, agente das forças negativas e trevosas que se fez passar pelo “Sr. Fulano de Tal”. Aliás, obsessor pode se fazer passar por tudo, inclusive por um Mensageiro de Orixá, Caboclo, Preto-velho, etc... Cabe ao Dirigente Espiritual, ou aos médiuns mais preparados e evoluídos, desvendarem essa farsa, até porque não existe farsa perfeita, sempre haverá um detalhe, ou um momento, em que “a casa caí” e a farsa é descoberta.
Mas então, porque muitos obsessores se fazem passar por Exús de Lei ? Porque em alguns casos, ou em algumas Casas, a farsa não é descoberta, e os nossos amigos e protetores, Exús de Lei, acabam sendo acusados ou confundidos, como malfeitores, desonestos, traíras, etc...?
Na maioria dos casos, isso acontece por causa de médiuns invigilantes. Médiuns despreparados e pouco compromissados com o Astral Superior. Médiuns orientados e “treinados” por Dirigentes também, despreparados e pouco compromissados. Muitos médiuns e Dirigentes, procuram e buscam nos Terreiros uma forma de satisfazer as suas baixas aspirações, como válvulas de escape para fazerem “incorporados”, o que não tem coragem de fazer de “cara limpa”. Médiuns de moral duvidosa, que se aproveitam da condição de “incorporados” para gritar, falar palavrões, beber e fumar exageradamente, dançar de forma grotesca para uma Casa religiosa e praticar atos pouco aceitáveis em situações “normais”. Esses médiuns imputam aos Exús, os seus desvarios e desvios de comportamento, complementando ainda que não se lembram de nada, que a responsabilidade é do Exú, e não dele (médium).
Na realidade, esses médiuns estão sofrendo a ação da incorporação de kiumbas (espíritos trevosos, moralmente atrofiados, que não tem a mínima aspiração evolutiva e buscam apenas, tumultuar o ambiente).
Nunca um Exú ou Pomba-Gira de Lei, irá se prestar a um papel desses!

Outro ponto de muita confusão: A incorporação de Exú

Afinal, com que Exú trabalhamos ? Se todo Exu é Guardião dos segredos e dos caminhos, quando incorporado no seu médium, realizando algum trabalho, como fica a sua missão de Guardião ? Ele não está “guardando” nada ?

Normalmente, os Exús com os quais trabalhamos, são os chamados “Exús de Trabalho”, de defesa pessoal do médium. Esses Exús de Trabalho” são também, integrantes participativos da “Equipe de Defesa da Casa”, que o médium freqüenta. São colaboradores e participam ativamente junto ao Exú Guardião da Casa, no combate às forças inferiores e invasoras. Mas, o Exú de Trabalho também tem outro compromisso, que é proteger, defender e direcionar positivamente o seu médium, segundo a Doutrina da Casa, da qual faz parte.
Por isso, respeitam a Casa, suas normas e doutrina e não induzem o médium a embriagues, algazarras e demais comportamentos chulos, torpes e deselegantes.

Exús de verdade, são espíritos em busca de evolução, que embora tidos como “Espíritos sem Luz”, possuem certo de grau de positividade, de compreensão do que é certo ou errado, perante a Espiritualidade e de acordo com Leis Superiores. São espíritos altamente compromissados com os Orixás Superiores, com os Guias e Protetores do próprio médium e com toda Egregóra de Luz da Casa, na qual o médium está inserido. Trabalham diretamente com esta Egregóra, auxiliando no combate e encaminhamento dos espíritos que são atraídos pela corrente de desobsessão do Terreiro que fazem parte.
No entanto, cabe aqui salientar que o estágio evolutivo de um Exú de Trabalho está abaixo do estágio evolutivo de um Caboclo ou de um Preto-velho. Isso não significa que não sejam evoluídos, apenas encontram-se num estágio abaixo. Sua energia é mais densa. Conseqüentemente, a sua vibração ou energia de incorporação está mais próxima (ou é mais parecida) á vibração da Terra, exigindo do médium uma “doação” maior de energia mental e física, diferente da incorporação de um Caboclo ou Preto-velho, ou até mesmo outro mensageiro enviado de Orixá. Ou seja, quando um médium vai incorporar um Exú, ele tem que se concentrar muito para sintonizar sua vibração a vibração do Exú, sendo que o Exú faz a mesma coisa, sintoniza sua vibração à do médium.
Outro aspecto importante é que, embora Exú esteja num estágio evolutivo abaixo dos Espíritos de Luz, nada impede que Exú trabalhe harmoniosamente com os Guias mais evoluídos e até mesmos com os Mensageiros dos Orixás, até porque além de trabalharem sob as ordens desses Mensageiros e dos Orixás Maiores, a questão “hierarquia” é muito bem resolvida no Astral. Lá não existem “disputas” pelo poder ou por cargos; não se questiona quem manda e quem obedece. Todos são e estão conscientes os seus papéis e do trabalho que precisa ser realizado. Todos sabem que devem trabalhar com o mesmo objetivo: A Caridade !

Quando incorporados em seus médiuns, Exús e Pombas Giras podem se apresentar de duas maneiras básicas: alegres ou sérios. O que não significa, que mesmo quando são alegres, são também debochados, desrespeitosos, com comportamentos inadequados a uma Casa religiosa.
Geralmente, quando um Exú ou Pomba Gira se comporta de forma inadequada, ele está na verdade, sendo influenciado pelo comportamento desajustado do seu médium, que disfarça ou se controla, quando não está “incorporado”. Esse médium invigilante e portador de comportamento e moral duvidosos, ao receber a energia de incorporação de um Exú ou Pomba Gira (que começa a se dar através da aproximação do mesmo), por ser uma energia muito parecida a nossa e por estar mais próxima da crosta terrestre, onde o combate com o Astral inferior se dá, passa a dar vazão aos seus sentimentos menores influenciando e interferindo diretamente na incorporação do Exú ou Pomba-Gira, que assiste a tudo sem poder fazer nada (aqui, também cabe o livre arbítrio). Esse médium transfere para o Exú ou Pomba Gira sentimentos e comportamentos que, na verdade, são seus.
Isso não é mistificação (fingimento), porque existe a energia do Exú ao lado ou perto do médium. A mistificação envolve o fingimento puro e simples, sem envolvimento de energia ou proximidade de Entidade alguma. Mas existe, o que se chama de Animismo, a transferência voluntária de desejos e comportamentos do médium para o seu Guia.
A incorporação de Exú e Pomba Gira envolve a manipulação energética de chackras inferiores, e o que acontece no caso do Animismo, é que o médium deliberadamente, utiliza mal essa energia. Isso envolve também, intenção, moral, má fé e mau aproveitamento da energia de Exú.
Com a continuidade da insistência do médium em se utilizar dessa energia para a manifestação de seus desejos e comportamentos menores, em pouco tempo ocorre a “queda do médium”. O Exú de Trabalho se afasta do médium e fica o que ? - Fica o kiumba, que assume o nome do Exú de Trabalho e contribui para o aumento dos desvarios do médium.
Muitas vezes, o médium não percebe que está acontecendo essa “transferência”, porque ele usa a energia do kiumba (aliás, um usa o outro) para falar e fazer coisas que normalmente, não tem coragem de fazer no seu estado normal.
Cabe ao Doutrinador e Orientador da Casa (Dirigente) coibir veementemente esses comportamentos logo no início, ou seja, no médium e assim que começam a acontecer. Nesse caso, a orientação e a desestímulo de atitudes e comportamentos desse tipo é o melhor remédio. Mas, caso haja persistência, a adoção de medidas drásticas deve ser a melhor atitude que o Dirigente da Casa deve assumir.

CAPACIDADE DE MANIPULAÇÃO ENERGÉTICA DE EXÚ

Já foi comentado anteriormente, que Exú possui uma grande capacidade de manipular energias, transfigurando-se em formas diferenciadas de acordo com o ambiente que está.
Um bom exemplo disso é Exú se apresentando aos obsessores que irá combater em forma que desperte medo e/ou respeito. Ele não poderia se apresentar aos seus inimigos como se fosse um jovem ingênuo ou indefeso adolescente, dessa forma, ele jamais intimidaria ninguém. Então, ele assume formas rudes e assustadoras. Entretanto, ele faz isso por estratégia e não por ser deformado, e muito menos tem chifres, rabo, etc..., como é retratado em diversas imagens que encontramos em casas de artigos religiosos. A forma original de Exú é humana, nada tem de partes de animais ou monstros, porque os espíritos que compõe a Falange dos Exús são espíritos como nós, de épocas recentes. Foram homens e mulheres normais, das mais variadas ocupações e profissões.

Então, porque Exú manipula energias para assumir outras configurações “físicas” ? E como faz isso?

Em função do trabalho que irá executar ou da “batalha” que irá travar, Exú estuda o ambiente que irá entrar e em seguida, vibrando numa faixa bem acima do meio que irá adentrar, estuda seus “adversários” , suas intenções, seus planos, seus graus de compreensão e entendimento, seus medos, etc.... Estabelece uma estratégia e assume a configuração que irá atingir o ponto fraco da maioria do grupo que irá combater, ou de alguém em especial. Lembrando que, Exú não trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob a supervisão de um Mensageiro de Orixá. Dessa forma, Exú nos mostra sua capacidade de vibrar em diferentes faixas de energia. E para que isso aconteça, não é necessário sacrifício de animais, despachos em encruzilhadas e/ou cemitérios, porque quem “recebe” esse tipo de despacho é o kiumba. Isso dentro do ritual da Umbanda, que difere muito do Candomblé.
Com relação às “entregas” de Exú e Pomba Gira que, eventualmente fazemos a pedido deles ou por nossa própria vontade, vale dizer que os matérias usados nessas “entregas” são como uma espécie de presente ou de fortificante, já que nossos amigos da Esquerda se utilizam à energia etérea, contida nos elementos de uma “entrega” (farofa, bebidas, cigarros, etc...) para se recompor da batalha travada ou para se fortalecer, se preparando para aquilo que irão enfrentar. Muitos elementos são também representativos a uma “gratificação pelos serviços prestados” e por isso, são chamados de muitos de “mimos”.

Depois de todas essas explicações e tantas outras que, provavelmente já recebeu, você continua achando que Exú é o Diabo ?
È mais importante e necessário temê-lo e tratá-lo como inimigo ? Ou respeitá-lo, conhecê-lo e tratá-lo como um grande amigo ?
Se ainda lhe resta alguma dúvida, então cabe aqui mais essa afirmação: “A Umbanda nasceu do coração de Zambi (Olorum/Deus) em Sua Infinita Misericórdia por nós! Porque só a Umbanda tem quem nos defenda e proteja, independentemente da nossa ignorância em reconhecê-los como bons e amigos!”.
Ao invés de temê-los e distorcer suas verdadeiras intenções e missões para conosco, deveríamos agradecê-los pela proteção, defesa, amizade, carinho e principalmente pela paciência com a nossa ignorância!

Laroyê, Exu ! Mojubá, Pomba-Gira !

Salve nossos amigos, defensores e protetores !
(Texto extraído do Jornal Umbanda Sagrada)

Exus – Um estudo introdutório à luz da Umbanda e do livro Libertação.

Devemos começar afirmando que os Exus não são e nunca foram nada do que se parece com o demo e qualquer associação a eles dessa forma é incidência em erro. Infelizmente, essa errônea concepção ainda existe em muitos terreiros, resultado do sincretismo.
O termo Exu é sinônimo de Guardião e, como tais, temos os mais superiores (Cósmicos) que fizeram descer à Terra 7 Exus Planetários, chamados “Exus Coroados” por integrarem a “Coroa da Encruzilhada”. Os Exus Planetários são Guardiões dos Orixás, no sentido de assessores diretos na execução “para baixo”. Por aí, vemos que nenhum orixá teria um “diabo” como seu assessor direto. Os Exus Planetários jamais encarnaram na Terra e seguramente não encarnarão, pois não estão afetos ao sistema cármico-evolutivo do planeta. Ao fim de sua missão, cada Exu Planetário retorna à sua Pátria Sideral Original.
A função da falange de exus é ser agente da justiça cármica e agente de magia e, quando libertarem-se dela, daqui há milênios, serão Guardiões Superiores de planetas mais evoluídos que o nosso

Estes 7 Exus Planetários estão diretamente ligados aos 7 Orixás, da seguinte forma:

Exu Planetário 7 Encruzilhadas – serventia direta de Oxalá
Exu Planetário Tranca-Ruas – serventia direta de Ogum
Exu Planetário Marabô – serventia direta de Oxossi
Exu Planetário Gira-Mundo – serventia direta de Xangô
Exu Planetário Pinga-Fogo – serventia direta de Yorimá
Exu Planetário Tiriri – serventia direta de Yori
Exu Planetário Pomba-Gira – serventia direta de Yemanjá

Cada Exu Planetário dirige 7 Falanges chefiadas por um Exu de Lei. Os Exus de Lei são seres que estão em fase de libertação dessa função, para assumir a função de Guardião em locais mais evoluídos, até que um dia fiquem livres de tal função. Eles não se tornam caboclos por evolução. Hierarquicamente, são 49 Exus de Lei que estão subordinados aos Chefes de Falange (Orixás Menores) das 7 Linhas de Umbanda.

Os Exus de Lei fiscalizam a Quimbanda (Umbanda significa o conjunto de Leis Divinas e Quimbanda significa o “oposto da Lei”). A Quimbanda faz o equilíbrio da Umbanda com a Quiumbanda (reino dos Quiumbas, desequilíbrio ostensivo da Lei).

A Quimbanda combate o mal representado pela Quiumbanda, com seus planos e subplanos, também atuando na cobrança do Karma, precipitando o choque do retorno. Os verdadeiros Exus estão executando uma tarefa, acima dos conceitos de Bem ou de Mal, mas ligados a conceitos como de Justiça e sua execução. Portanto, são Executores da Lei, estando mais relacionados às vibrações telúricas.

Assim se compõe, então, a hierarquia da Quimbanda (Ki-Banda)

Linha de OXALÁ: Exu Planetário 7 Encruzilhadas


Exu 7 Encruzilhadas

Urubatão da Guia

representante direto de Oxalá

Exu 7 Poeiras

Guaraci

intermediário para Ogum

Exu 7 Capas

Guarani

intermediário para Oxossi

Exu 7 Chaves

Aymoré

intermediário para Xangô

Exu 7 Cruzes

Tupi

intermediário para Yorimá

Exu 7 Pembas

Ubiratan

intermediário para Yori

Exu 7 Ventanias

Ubirajara

intermediário para Yemanjá


Linha de OGUM: Exu Planetário Tranca-Ruas


Exu Tranca-Ruas

Ogum de Lei

representante direto de Ogum

Exu Veludo

Ogum Rompe-Mato

intermediário para Oxossi

Exu Tira-Toco

Ogum Beira Mar

intermediário para Xangô

Exu Porteira

Ogum de Malé

intermediário para Yorimá

Exu Limpa-Tudo

Ogum Megê

intermediário para Yori

Exu Tranca-Gira

Ogum Yara

intermediário para Yemanjá

Exu Tira-Teima

Ogum Matinata

intermediário para Oxalá

Linha de OXÓSSI: Exu Planetário Marabô

Exu Marabô

Arranca-Toco

representante direto de Oxossi

Exu Capa Preta

Cobra Coral

intermediário para Xangô

Exu Lonan

Tupynambá

intermediário para Yorimá

Exu Bauru

Jurema

intermediário para Yori

Exu das Matas

Pena Branca

intermediário para Yemanjá

Exu Campina

Arruda

intermediário para Oxalá

Exu Pemba

Araribóia

intermediário para Ogum

Linha de XANGÔ: Exu Planetário Gira-Mundo

Exu Gira-Mundo

Xangô Kaô

representante direto de Xangô

Exu Meia-Noite

Xangô Pedra Preta

intermediário para Yorimá

Exu Quebra Pedra

Xangô 7 Cachoeiras

intermediário para Yori

Exu Ventania

Xangô 7 Pedreiras

intermediário para Yemanjá

Exu Mangueira

Xangô Pedra Branca

intermediário para Oxalá

Exu Corcunda

Xangô 7 Montanhas

intermediário para Ogum

Exu das Pedreiras

Xangô Agodô

intermediário para Oxossi

Linha de YORIMÁ: Exu Planetário Pinga-Fogo

Exu Pinga-Fogo

Pai Guiné

representante direto de Yorimá

Exu Lodo

Pai Congo D´Aruanda

intermediário para Yori

Exu Brasa

Pai Arruda

intermediário para Yemanjá

Exu Come Fogo

Pai Tomé

intermediário para Oxalá

Exu Alebá

Pai Benedito

intermediário para Ogum

Exu Bara

Pai Joaquim

intermediário para Oxossi

Exu Caveira

Vovó Maria Conga

intermediário para Xangô

Linha de YORI: Exu Planetário Tiriri

Exu Tiriri

Tupãnzinho

representante direto de Yori

Exu Mirim

Yariri

intermediário para Yemanjá

Exu Toquinho

Ori

intermediário para Oxalá

Exu Ganga

Yari

intermediário para Ogum

Exu Manguinho

Damião

intermediário para Oxossi

Exu Lalu

Doum

intermediário para Xangô

Exu Veludinho

Cosme

intermediário para Yorimá

Linha de YEMANJÁ: Exu Planetário Pomba-Gira

Exu Pomba-Gira

Cabocla Yara

representante direto de Yemanjá

Exu carangola

Cabocla Sereia do Mar

intermediário para Oxalá

Exu Má-Cangira

Cabocla do Mar

intermediário para Ogum

Exu Nanguê

Cabocla Indayá

intermediário para Oxossi

Exu Maré

Cabocla Yansã

intermediário para Xangô

Exu Gererê

Cabocla Nanã Burukum

intermediário para Yorimá

Exu do Mar

Cabocla Oxum

intermediário para Yori

André Luiz e o Estudo da Lei da Justiça:

Referências:

  1. Descrição das zonas inferiores e dos seres

Livro

Página

Citação

Libertação

página 14

A rigor, portanto, não temos círculos infernais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente gênios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizadas no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. Desesperadas e insubmissas, criam zonas de tormentos reparadores. Semelhantes criaturas, no entanto, não se regeneram à força de palavras. Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório, elevando-lhes o modo de sentir e pensar.

Libertação

página 18

Mas... além do principado humano, para lá das fronteiras sensoriais que guardam ciosamente a alma encarnada, amparando-a com limitada visão e benéfico esquecimento, começa vasto império espiritual, vizinho dos homens. Aí se agitam milhões de Espíritos imperfeitos que partilham, com as criaturas terrenas, as condições de habitabilidade da Crosta do Mundo. Seres humanos, situados noutra faixa vibratória, apóiam-se na mente encarnada, através de falanges incontáveis, tão semi-conscientes na responsabilidade e tão incompletas na virtude, quanto os próprios homens.

Libertação

página 20

Incapacitados de prosseguir além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desesperoorganizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando, entre si, a dominação da Terra. Conservam, igualmente, quanto ocorre a nós mesmos, vastos e valiosos patrimônios intelectuais e, anjos decaídos da Ciência, buscam acima de tudo, a perversão dos processos divinos que orientam a evolução planetária.

Libertação

Página 52

A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a idéia de braços erguidos em súplicas dolorosas. Aves agoureiras, de grande tamanho, de uma espécie que poderá ser situada entre os corvídeos, crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas.

Libertação

Página 55

E aquelas corujas diferentes, cujos olhos brilhavam desagradavelmente nas sombras, seriam homens desencarnados sob tremendo castigo das formas? (...) De quando em quando, grupos hostis de entidades espirituais em desequilíbrio nos defrontavam. (...) Apresentavam-se em trajes bisonhos e conduziam apetrechos de lutar e ferir.

Libertação

Página 57

Música exótica fazia-se ouvir não distante... Em minutos breves, penetramos vastíssima aglomeração de vielas, reunindo casario decadente e sórdido. Rostos horrendos contemplavam-nos furtivamente, a princípio, mas à medida que varávamos o terreno, éramos observados, com atitude agressiva, por transeuntes de miserável aspecto. Alguns quilômetros de via pública, repletos de quadros deploráveis... mutilados às centenas, aleijados de todos os matizes...

Libertação

Página 60

Exemplares inúmeros de pigmeus, cuja natureza em si ainda não posso precisar, passavam por nós aos magotes. Plantas exóticas, desagradáveis ao nosso olhar, ali proliferavam, e animais em cópia abundante, embora monstruosos, se movimentavam a esmo, dando-me a idéia de seres acabrunhados que pesada mão transformara em duendes. (...)

  1. Hierarquia

Libertação

Página 32

(Os espíritos tirânicos) são conservados e respeitados na obra evolutiva do mundo, pelas qualidades apreciáveis e dignas que já conquistaram, embora as paixões violentas que lhes assinalam a vida íntima, e são utilizados então por gênios superiores, no serviço do aprimoramento planetário, em que vigiam e reajustam os mais fracos, sendo vigiados e reajustados pelos mais fortes... Em tal posição, auxiliam e são auxiliados, dão e recebem, impulsionam o progresso e progridem a seu turno.

Libertação

Página 55

Qual ocorre na esfera carnal, a direção, neste domínio, é concedida pelos Poderes Superiores, a título precário. Na atualidade, este grande empório de padecimentos regenerativos permanece dirigido por um sátrapa de inqualificável impiedade, que aliciou para si próprio o pomposo título de Grande Juiz,assistido por assessores políticos e religiosos, tão frios e perversos quanto ele mesmo. Grande aristocracia de gênios implacáveis aqui se alinha, senhoreando milhares de mentes preguiçosas, delinqüentes e enfermiças...

Libertação

Página 62

Subimos, dificilmente, a rua íngreme e, em pequeno planalto, que se nos descortinou aos olhos espantadiços, a paisagem alterou-se. Palácios estranhos surgiam imponentes, revestidos de claridade abraseada, semelhante à auréola de aço incandescente. Praças bem cuidadas, cheias de povo,ostentavam carros soberbos, puxados por escravos e animais. O aspecto devia, a nosso ver, identificar-se com o das grandes cidades do Oriente, de duzentos anos atrás.

Libertação

Página 63

Liteiras e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate exercia domínio (...) Respeitável edifício destacava-se diante de uma fortaleza, com todos os característicos de um templo, e o orientador confirmou-me as impressões, asseverando que a casa se destinava a espetaculoso culto exterior.

  1. Justiça Divina

Libertação

Página 23

E estejamos convencidos de que se o diamante é lapidado pelo diamante, o mau só pode ser corrigido pelo mau. Funciona a Justiça, através da injustiça aparente, até que o amor nasça e redima os que condenaram a longas e dolorosas sentenças diante da Boa Lei. (...) realmente, nunca faltou proteção do Céu contra os tormentos que as almas endurecidas e ingratas semearam na Terra e os numes guardiões não se despreocupam dos tutelados; no entanto, seria ilógico e absurdo designar um anjo para custodiar criminosos.

Libertação

Página 34

Nem sempre o melhor juiz pode ser o homem mais doce.

  1. As falanges

Libertação

Página 20

Mentes cristalizadas na rebeldia, tentam solapar, em vão, a sabedoria Eterna, criando quistos de vida inferior, na organização terrestre, entrincheiradas nas paixões escuras que lhes vergastam as consciências. Conhecem inumeráveis recursos de perturbar e ferir, obscurecer e aniquilar.Escravizam o serviço benéfico da reencarnação em grandes setores expiatórios e dispõem de agentes da discórdia contra todas as manifestações dos sublimes propósitos que o Senhor nos traçou às ações.

Libertação

Página 26

Para muitas criaturas, é difícil compreender a arregimentação inteligente dos espíritos perversos. Entretanto, a lógica é natural. Se ainda nos situamos distantes da santidade, não obstante os propósitos superiores que já nos orientam, que dizer dos irmãos infelizes que se deixaram prender, sem resistência, às teias da ignorância e da maldade? (...) Os gênios da impiedade lhes traçam diretrizes, enfileirando-as em comunidades extensas e dirigindo-as em bases escuras de ódio aviltante e desespero silencioso. Organizam, assim, verdadeiras cidades, em que se refugiam falanges compactas de almas que fogem, envergonhadas, de si mesmas, ante quaisquer manifestações da divina luz.

Libertação

Página 27

O objetivo essencial de tais exércitos sombrios é a conservação do primitivismo mental da criatura humana, a fim de que o Planeta permaneça, tanto quanto possível, sob seu jugo tirânico.

Libertação

Página 34

Formam associações enormes e compactas, com base nas emanações da Crosta do Mundo, onde milhões de homens e mulheres lhes sustentam as exigências mais baixas; fazem vida coletiva provisória à força de sugarem as energias da residência dos irmãos encarnados, qual se fossem extensa colônia de criminosos, vivendo às expensas de generoso rebanho bovino.

Libertação

Página 55

Centenas de milhares de criaturas aqui padecem amargos choques de retorno á realidade, sob vigilância de tribos cruéis, formadas de espíritos egoístas, invejosos e brutalizados.

Libertação

Página 61

E por que não visse crianças, exceção feita das raças de anões (...) Se a compaixão humana separa as crianças dos criminosos definidos, que dizer do carinho com que a compaixão celestial vela pelos infantes?

  1. Origens

Libertação

Página 27

Tais colônias perturbadoras devem ter começado com as primeiras inteligências terrestres entregues á insubmissão e à indisciplina, ante os ditames da Paternidade Celestial.(...) Inabilitados para a jornada imediata, rumo ao Céu, em virtude das paixões devastadoras que os magnetizam, arrebanham-se de conformidade com as tendências inferiores em que se afinam, ao redor da Crosta Terrestre, de cujas emanações e vidas inferiores ainda se nutrem, qual ocorre aos próprios homens encarnados.

Libertação

Página 35

Há milhões de almas humanas que se não afastaram, ainda, da Crosta Terrestre, há mais de dez mil anos.

  1. Como trabalham

Libertação

Página 33

A colheita de personalidades desequilibradas é sempre inquietante, conservando quase inalteradas as fileiras escuras dos insensatos cultivadores da satisfação egoística a qualquer preço. Loucos perigosos, por voluntários, dirigidos por inteligências soberanas, especializadas em dominação, constituem hordas terríveis que, a bem dizer, vigiam as saídas das esferas inferiores em todas as direções.

Libertação

Página 62

Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, qual se fossem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre.

  1. Exemplos Concretos:

Libertação

Página 46

Gregório: Impressionados pelos imensos recursos do poder, no passado distante, cometeu hediondos crimes de inteligência. Internado em perigosa organização de transviados morais, especializou-se, depois da morte, em oprimir ignorantes e infelizes. Pelo endurecimento do coração, conquistou a confiança de gênios cruéis, desempenhando a detestável função de grande sacerdote em mistérios escuros. Chefia condenável falange de centenas de outros espíritos desditosos, cristalizados no mal, e que lhe obedecem com deplorável cegueira e quase absoluta fidelidade.

Libertação

Página 63

Era um homem alto, de nariz adunco e olhos felinos, com todas as maneiras do policial desrespeitoso, a identificar-nos.

  1. Elementares

Libertação

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Pigmeus (...), Duendes (...) Quem não cumpre aqui dolorosa penitência regenerativa, pode ser considerado inteligência sub-humana. Milhares de criaturas, utilizadas nos serviços mais rudes da natureza, movimentam-se nestes sítios de posição infraterrestre. A ignorância, por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de tendências dignas, candidatam-se á humanidade que conhecemos na Crosta. Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a idéia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos espíritos prepotentes que dominam paisagens como esta. Guardam, enfim, ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão. O contato com certos indivíduos inclina-os ao bem ou ao mal e somos responsabilizados pelas Forças Superiores que nos governam, quanto ao tipo de influência que exercemos sobre a mente infantil de semelhantes criaturas.

Classificação dos Exus

Classificação Moral (Bem ou Mal): Exú Pagão ou Exú Batizado?

Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que trabalham visando a própria evolução.
O chamado “Exú Pagão” é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição.
Já o Exu Batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.
Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exú com um espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de "Guias".
Para evitar essa confusão, não damos aos chamados “Exus Pagões” a denominação de “Exu”, classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos “Exus Batizados” a denominação de “Exu”.


Classificação Pelos Pontos de Vibração dos Exus

Exus do Cemitério:

São Exus que, em sua maioria, servem à Obaluaiê. Durante as consultas são sérios, reservados e discretos, podem eventualmente trabalhar dando passes de limpeza (descarregando) o consulente. Alguns não dão consulta, se apresentando somente em obrigações, trabalhos e descarregos.

Exus da Encruzilhada:

São Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também participam em obrigações, trabalhos e descarregos. Alguns deles se aproximam muito (em suas características) dos Exus do cemitério, enquanto outros se aproximam mais dos Exus da estrada.

Exus da Estrada:

São os mais "brincalhões". Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas "brincadeiras" devem partir SEMPRE do guia e nunca do consulente. São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo.

Organização E Hierarquia Dos Exus:

Os Exus, estão também, divididos em hierarquias. Onde temos desde Exus muito ligados aos Orixás até aqueles Exus ligados aos trabalhos mais próximos às trevas.
Os exus dividem-se hierarquicamente, em três planos ou três ciclos e em sete graus e a divisão está formada "de cima para baixo" :

Terceiro Ciclo

Contém o Sétimo, Sexto e Quinto graus.
Neste Ciclo encontramos os chamados Exus Coroados. São aqueles que tem grande evolução, já estão nas funções de mando. São os chefes das falanges. Recebem as ordens diretas dos chefes de legiões da Umbanda. Pouco são aqueles que se manifestam em algum médium. Apenas alguns médiuns, bem preparados, com enorme missão aqui na Terra, tem um Exu Coroado como o seu guardião pessoal. São os guardiões chefes de terreiro. Não mais reencarnam, já esgotaram há tempos os seus karmas.

  • Sétimo Grau - Estão os Exus Chefe de Legião e para cada Linha da Umbanda, temos Um Exu no Sétimo Grau, portanto, temos Sete Exus Chefes de Legião
  • Sexto Grau - Estão os Exus Chefes de Falange. São Sete Exus Chefes de Falange subordinados a cada Exu Chefe de Legião, portanto, temos 49 Exus Chefes de Falange.
  • Quinto Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Falange. São Sete Exus Chefes de Sub-Falange subordinados a cada Exu Chefe de Falange, portanto, são 343 Exus Chefes de Sub-Falange.

Segundo Ciclo

Contém o Quarto Grau.
Neste Ciclo encontramos os chamados Exus Cruzados ou Batizados. São subordinados dos Exus Coroados. Já tem a noção do bem e do mal. São os exus mais comuns que se manifestam nos terreiros. Também, tem funções de sub-chefes. Fazem parte da segurança de um terreiro. O campo de atuação destes exus está nas sombras (entre a Luz e as Trevas). Estão ainda nos ciclos de reencarnações.

  • Quarto Grau - Estão os Exus Chefes de Agrupamento. São Sete Exus Chefes de Agrupamento e estão subordinados a cada Exu Chefe de Sub-Falange, portanto, são 2401 Exus Chefes de Agrupamento.

Primeiro Ciclo

Contém o Terceiro, Segundo e Primeiro Graus.
Temos dois tipos de Exus neste ciclo :

  • Exus Espadados - São subordinados do Exus Cruzados. O seu campo de atuação encontra-se entre as sombras e as trevas.
  • Exus Pagãos (Kiumbas) - São subordinados aos exus de nível acima. São aqueles que não tem distinção exata entre o bem e o mal. São conhecidos, também como "rabos-de-encruza". Aceitam qualquer tipo de trabalho, desde que se pague bem. Não são confiáveis, por isso.

São comandados de maneira intensiva pelos Exus de hierarquias superiores. Quando fazem algo errado, são castigados pelos seus chefes, e querem vingarem-se de quem os mandou fazer a coisa errada.São kiumbas, capturados e depois adaptados aos trabalhos dos Exus.
O campo de atuação dos Exus Pagãos, é as trevas. Conseguem se infiltrar facilmente nas organizações das trevas. São muito usados pelos Exus dos níveis acima, devido esta facilidade de penetração nas trevas.

  • Terceiro Grau - Estão os Exus Chefes de Coluna. São Sete Exus Chefes de Coluna e estão subordinados a cada Exus Chefes de Agrupamento, portanto, são 16807 Exus Chefes de Coluna.
  • Segundo Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Coluna. São Sete Exus Chefes de Sub-Coluna e estão subordinados a cada Exu Chefe de Coluna, portanto, são 117649 Exus Chefes de Sub-Coluna.
  • Primeiro Grau - Estão os Exus Integrantes de Sub-Colunas e são milhares de espíritos nesta função.


Os Exus, em geral, não são bons nem ruins, são apenas executores da Lei.
Ogum, responsável pela execução da Lei, determina as execuções aos Exus.

7º Grau

7 - Chefes de Legião

Exus Coroados

6º Grau

49 - Chefes de Falange

5º Grau

343 - Chefes de Sub-Falange

Exus Cruzados ou Batizados

4º Grau

2401 - Chefes de Grupamento

3º Grau

16807 - Chefes de Coluna

Exus Espadados e Pagãos

2º Grau

117649 - Chefes de Sub-Coluna

1º Grau

? - Integrantes de Coluna




Além destes aspectos já abordados, vale à pena mencionar os diversos níveis vibracionais, onde os espíritos ligados à Terra, habitam.

Estes níveis são e foram criados de acordo com cada grau evolutivo. Os níveis estão mais relacionados com o mundo da consciência do que com o mundo físico, ou seja, são mais estados de consciência do que um lugar fisicamente localizado.

Como são níveis gerados por espíritos ligados de alguma forma com a evolução da Terra, estes níveis estão vinculados ao próprio planeta. Portanto, quando vemos descrições de camadas umbralinas localizadas em abismos sob a crosta terrestre, devemos entender que embora elas estejam localizadas com estes espaços físicos, elas estão no lado espiritual deste plano físico.

Temos então, Sete Camadas Concêntricas Superiores e Sete Camadas Concêntricas Inferiores.

A divisão está sempre formada "de cima para baixo" :


Camadas Concêntricas Superiores

Sétima, Sexta e Quinta Camadas - Zonas Luminosas

Seres iluminados, isentos das reencarnações. Cumprem missões no planeta. Estão se libertando deste planeta, muitos já estagiam em outros mundos superiores.

Quarta Camada - Zona de Transição

Espíritos elevados, que colaboram com a evolução dos irmãos menores.

Terceira, Segunda e Primeira Camadas - Zonas Fracamente Iluminadas

A maioria dos espíritos que desencarnam, estão nestas camadas. Estão em reparações e aprendizados para novas reencarnações.

Superfície

Espíritos encarnados

Camadas Concêntricas Inferiores

Sétima Camada - Zona Sub-Crostal Superior

Espíritos sofredores de um modo geral que serão em seguida socorridos e encaminhados a planos mais elevados para adaptação e aprendizado, antes de reencarnarem.

Sexta, Quinta e Quarta Camadas - Zona das Sombras, Zona Purgatoriais ou de Regeneração

Espíritos sofredores purgando parte de seus karmas, e que serão encaminhados o mais rápido possível à reencarnação para novas provas e expiações.

Quarta Camada - Zona de Transição

Entre as sombras e as trevas. Zona de seres revoltados e dementados.

Terceira, Segunda e Primeira Camadas - Zona das Trevas ou Zona Sub-Crostal Inferior

Estes espíritos estão em estágio de insubmissos, renitentes e rebelados às Leis Divinas. Não reconhecem Deus como o Ser mais superior.

A atuação dos Exus, está praticamente em todas as camadas inferiores, com exceção das Terceira, Segunda e Primeira Camadas, que eventualmente eles "descem" para missões especiais ou mandam os rabos-de-encruza, pois estão mais "ambientados" com as baixas e perniciosas vibrações. Não que os Exus não possam "descer" até lá, mas porque é desnecessário criar uma guerra com os seres infernais, apenas porque se invadiu aquelas zonas.
A maioria dos livros espíritas, que tratam do assunto dos níveis vibracionais, não chega sequer a mencionar algo além das camadas intermediárias ou médio e alto umbral. Descrevem na maioria das vezes as camadas que ficam as sombras e não as trevas, pois os espíritos que fazem tais incursões não podem ou não devem “baixar” mais, pois somente cabe aos exus, espíritos especializados “descer” tanto.

Correspondência entre os Exus e as diferentes irradiações dos Orixás

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxalá:

Exú Sete Encruzilhadas

Comando negativo da linha

Exú Sete Chaves

intermediário para Ogum

Exú Sete Capas

intermediário para Oxossi

Exú Sete Poeiras

intermediário para Xangô

Exú Sete Cruzes

intermediário para Yorimá

Exú Sete Ventanias

intermediário para Yori

Exú Sete Pembas

intermediário para Yemanjá

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yemanjá:

Pombo Gira Rainha

Comando negativo da linha

Exú Sete Nanguê

intermediário para Ogum

Maria Mulambo

intermediário para Oxossi

Exú Sete Carangola

intermediário para Xangô

Exú Maria Padilha

intermediário para Yorimá

Exú Má-canjira

intermediário para Yori

Exú Maré

intermediário para Oxalá


Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ibeiji:

Exú Tiriri

Comando negativo da linha

Exú Toquimho

intermediário para Ogum

Exú Mirim

intermediário para Oxossi

Exú Lalu

intermediário para Xangô

Exú Ganga

intermediário para Yorimá

Exú Veludinho

intermediário para Oxalá

Exú Manguinho

intermediário para Yemanjá

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Xangô:

Exú Gira Mundo

Comando negativo da linha

Exú Meia-Noite

intermediário para Ogum

Exú Mangueira

intermediário para Oxossi

Exú Pedreira

intermediário para Oxalá

Exú Ventania

intermediário para Yorimá

Exú Corcunda

intermediário para Yori

Exú Calunga

intermediário para Yemanjá



Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ogum:

Exú Tranca-Ruas

Comando negativo da linha

Exú Tira-teimas

intermediário para Oxalá

Exú Veludo

intermediário para Oxossi

Exú Tranca-gira

intermediário para Xangô

Exú Porteira

intermediário para Yorimá

Exú Limpa-trilhos

intermediário para Yori

Exú Arranca-toco

intermediário para Yemanjá



Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxossi:

Exú Marabô

Comando negativo da linha

Exú Pemba

intermediário para Ogum

Exú da Campina

intermediário para Oxalá

Exú Capa Preta

intermediário para Xangô

Exú das Matas

intermediário para Yorimá

Exú Lonan

intermediário para Yori

Exú Bauru

intermediário para Yemanjá

Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yorimá:

Exú Caveira

Comando negativo da linha

Exú do Lodo

intermediário para Ogum

Exú Brasa

intermediário para Oxossi

Exú Come-fogo

intermediário para Xangô

Exú Pinga-fogo

intermediário para Oxalá

Exú Bára

intermediário para Yori

Exú Alebá

intermediário para Yemanjá


Relações Existentes Entre as Linhas da Quimbanda e Umbanda

Uma vez se entendendo que há uma perfeita harmonia entre as ações dos elementos que compõe as linhas da Quimbanda e da Umbanda, cada elemento destes há um paralelo, um elo de ligação entre a Umbanda e a Quimbanda.

Linhas da Umbanda

Linhas da Quimbanda

Linha de Oxalá

Linha Malei

Linha de Ogum

Linha do Cemitério

Linha de Oxossi

Linha dos Caboclos Quimbandeiros

Linha de Xangô

Linha de Mossorubi

Linha de Yorimá

Linha da Almas

Linha de Ibêji

Linha Mista

Linha de Yemanjá

Linha Nagô



Há ainda outros elos de ligação entre os Orixás da Umbanda com os Exus da Quimbanda.
No caso de Ogum, há uma manifestação de Ogum, para corresponder com cada uma das sete Linhas da Quimbanda. Vejamos:

Ogum de Malei

Linha Malei

Ogum Megê

Linha do Cemitério

Ogum Rompe Mato

Linha dos Caboclos Quimbandeiros

Linha de Mossorubi

Ogum Megê

Linha da Almas

Ogum Xoroquê

Linha Mista

Ogum de Nagô

Linha Nagô



Exu para jorge amado

 

Não sou preto, branco ou vermelho
Tenho as cores e formas que quiser.
Não sou diabo nem santo, sou exu!
    mando e desmando,
    traço e risco
    faço e desfaço.
    estou e não vou
    tiro e não dou.
    sou exu.
Passo e cruzo
Traço, misturo e arrasto o pé
Sou reboliço e alegria
Rodo, tiro e boto,
Jogo e faço fé.
Sou nuvem, vento e poeira
Quando quero, homem e mulher
Sou das praias, e da maré.
    ocupo todos os cantos.
    sou menino, avô, maluco até
    posso ser joão, Maria ou José 
Sou o ponto do cruzamento.
    durmo acordado e ronco falando
    corro, grito e pulo
    faço filho assobiando
    sou argamassa
De sonho carne e areia.
    sou a gente sem bandeira,
    o espeto, meu bastão.
    o assento? O vento!..
    sou do mundo,nem do campo
    nem da cidade,
    não tenho idade.
Recebo e respondo pelas pontas,
Pelos chifres da nação
Sou exu.
    sou agito, vida, ação
    sou os cornos da lua nova
    a barriga da rua cheia!...
Quer mais? Não dou,
Não tô mais aqui!

ZÉ PELINTRA

O PERFIL DO ORIXÁ

Falamos até agora sobre os Orixás, quem são eles, sobre algumas de suas características e falamos também sobre os Guias ou Entidades, mas de uma maneira geral. Agora a disposição é falar um pouco mais sobre determinados Guias ou Entidades, e as suas maneira peculiares de trabalho.
Zé Pelintra é uma das entidades que tem um dos comportamentos mais exóticos e interessantes que já pude presenciar: ZÉ PELINTRA!
Antes de começar a discorrer sobre o que se conhece desse malandro incorrigível, mulherengo, birrento, arruaceiro, mas de um coração enorme, é preciso que se entenda que toda entidade, tem uma história, uma cultura, pois foi tão humano quanto nós quando encarnada. Após o desencarne e a conseqüente espiritualização, poderá ocorrer que sua manifestação venha a se dar em outros centros regionais diferentes do que consta em sua biografia humana e assim, quando manifestada, poderá demonstrar outras culturas que não as de sua procedência humana. Isso quer dizer que a mesma entidade poderá manifestar-se diferentemente em lugares diferentes, sem que isso implique em mistificação. Tal fato acontece porque, pela necessidade do ingresso nas falanges espirituais, afim de prestar seu trabalho nesta nova roupagem, os espíritos, agora desencarnados, aproximam-se desta ou daquela falange, por simpatia ou determinação superior, mas guardam características bastante marcantes de suas existências materiais. Melhor entendendo:
Zé Pelintra, tem como característica principal, a malandragem, o amor pela noite. Tem uma grande atração pelas mulheres, principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, além de outras características que marcam a figura do malandro. Isso quer dizer que em vários lugares, de culturas e características regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; No Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro. Isso bem explicado, vamos conhecer mais de perto esse grande camarada.
Conheçam essa maravilhosa entidade: " SEU ZÉ "
José Gomes da Silva, nascido no interior de Pernambuco, era um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão. Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito. Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sozinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam.
Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bom, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.
Sua vida era a noite, sua alegria as cartas, os dadinhos a bebida, a farra, as mulheres e por que não, as brigas. Jogava para ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, a estes sempre dispensava, mandava-os embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrário, aos falsos espertos, aos que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava verdadeiros otários. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propósito incialmente, quando as apostas ainda eram baixas e os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo Aguardente, Cerveja, Vermouth, e outros alcoólicos que aparecessem.
Esta entidade anda pelo mundo todo, suas manifestações apresentam-se em todos os cantos da terra. A pouco teve-se notícia pelos diários, de uma médium que o incorporava nos Estados Unidos .
No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, contado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns quando se manifestam, vestem-se a caráter. Terno e gravata brancos. Mas a maioria, gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o gosto lembrando que a seda, a navalha não corta. Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que os vão visitar em suas sessões ou festas.
Existem também as manifestações femininas da malandragem: Maria Navalha é um bom exemplo. Manifestam-se como características semelhantes aos malandros, dançam, sambam, bebem e fumam da mesma maneira. Apesar do aspecto rude, demonstram sempre muita feminilidade, são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores, principalmente as rosas vermelhas e vestem-se sempre muito bem.
Ainda que tratado muitas vezes como Exu, Zé Pelintra não é Exu. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e se parecem com eles. Há um ponto inclusive que lembra muito essa amizade entre Exus e Zé Pelintras.
Tranca Ruas e Zé Pelintra
São dois grandes companheiros,
Tranca Ruas na Encruza,
E Zé Pelintra no Terreiro.
No Nordeste do Pais, mas precisamente em Recife, ainda que nas vestes de um malandrão, a figura de Zé Pelintra, tem uma conotação completamente diferente. Lá, ele é doutor, é curador. É Mestre e é muito respeitado. Em poucas reuniões não aparece seu Zé.
Lá vem Zé, lá vem Zé,
Lá vem Zé, lá da Jurema.
Lá vem Zé, Lá vem Zé,
Lá vem Zé do Juremá.
A Jurema aqui cantada, é o local sagrado onde vivem os Mestres do Catimbó, religião forte do Nordeste, muito aproximada da Umbanda, mas que mantém suas características bem independentes. Na Jurema, Seu Zé, não tem a menor conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de esquerda, por que o Mestre tem essa capacidade, tanto pode vir na direita quanto na esquerda. Quando vem na esquerda, não é que venha para praticar o mal, é justamente o contrário, vem revestido desse tipo de energia para poder cortá-la com mais propriedade e assim ajudar mais facilmente aos que vem lhe rogar ajuda.
No Catimbó, Seu Zé usa bengala, que pode ser qualquer cajado, fuma cachimbo e bebe cachaça. Dança Côco, Baião e Xaxado, sorri para as mulheres, abençoa a todos, que de maneira carinhosa e respeitosa o abraçam, chamando-o de " Meu Padrinho ".
Assim é nossa querida Umbanda, seus guias e entidades podem se manifestar em qualquer cultura mantendo sua individualidade. Dão chance dessa maneira, de que qualquer um, em qualquer lugar que esteja, possa ter a oportunidade de conhecê-los e usufruir de seus poderes e força espiritual.
Ah! Seu Zé, que felicidade tenho em conhecê-lo, quanto já me ensinaste, quanto já me ajudaste! Sua força reside na amizade que dissemina, na camaradagem que lhe é peculiar, na força espiritual que possui! Possa permitir Deus, meu amigo, que possas sempre estar fortalecido no trabalho da caridade e que cada vez mais, sua evolução espiritual ascenda, e assim sendo, auxilie cada vez mais a todos que lhe procuram!
Tem gente que me chama de amigo,
Mas não possui no coração a lealdade,
Se pensam que me enganam eu não me iludo,
Sem lealdade não existe amizade, é só falsidade!
Alguns pontos demonstram essa ligação de Seu Zé com a malandragem, a noite e as mulheres:
De madrugada quando vou descendo o morro,
A nega pensa que eu vou trabalhar.
Eu boto meu baralho no bolso,
Meu cachecol no pescoço.
E vou pra Barão de Mauá!
Mas trabalhar, trabalhar pra quê?
Se eu trabalhar eu vou morrer.
De dia numa linda batucada
De noite nos braços da amada.
Qual é que é, Seu Zé. Qual é que é?
Eu sei que seu caso é mulher.
Lá no morro é, que é lugar de tirar onda.
Tomando Brahma de meia, jogando baralho e ronda.
Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessa entidade. Assim é ele, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos. Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos. Sempre que estiver no aperto, grite por Seu Zé, ele com certeza estará bem próximo para lhe ajudar. Salve a Malandragem!

Malandros


Os malandros têm como principal característica de identificação, a malandragem, o amor pela noite, pela música, pelo jogo, pela boemia e uma atração pelas mulheres(principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, etc...). Isso quer dizer que em vários lugares de culturas e características regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; no Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro.
No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, contado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns quando se manifestam se vestem a caráter. Terno e gravata brancos. Mas a maioria, gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o gosto lembrando que: “a seda, a navalha não corta”. Navalha esta que levavam no bolso, e quando brigavam, jogavam capoeira (rabos-de-arraia, pernadas), às vezes arrancavam os sapatos e prendiam a navalha entre os dedos do pé, visando atingir o inimigo. Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que os vão visitar em suas sessões ou festas.
Existem também as manifestações femininas da malandragem, Maria Navalha é um bom exemplo. Manifesta-se como características semelhantes aos malandros, dança, samba, bebe e fuma da mesma maneira. Apesar do aspecto, demonstram sempre muita feminilidade, são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores principalmente vermelhas e vestem-se sempre muito bem.
Ainda que tratado muitas vezes como Exu, os Malandros não são Exus. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranqüilamente nas sessões de Exu e parecem um deles. Os Malandros são espíritos em evolução, que após um determinado tempo podem (caso o desejem) se tornarem Exus. Mas, desde o início trabalham dentro da linha dos Exus.
Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos. Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos. Salve a Malandragem!
Na Umbanda o malandro vem na linha dos Exus, com sua tradicional vestimenta: Calça Branca, sapato branco(ou branco e vermelho), seu terno branco, sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha ou chapéu de palha e finalmente sua bengala.
Gosta muito de ser agradado com presentes, festas, ter sua roupa completa, é muito vaidoso, tem duas características marcantes:
Uma é de ser muito brincalhão, gosta muito de dançar, gosta muito da presença de mulheres, gosta de elogiá-las ,etc...
Outra é ficar mais sério, parado num canto assim como sua imagem, gosta de observar o movimento ao seu redor mas sem perder suas características.
Às vezes muda um pouco, pede uma outra roupa, um terno preto, calças e sapatos também pretos, gravata vermelha e às vezes até cartola. Em alguns terreiros ele usa até uma capa preta.
E outra característica dele é continuar com a mesma roupa da direita, com um sapato de cor diferente, fuma cigarros, cigarilhas ou até charutos, bebe batidas, pinga de coquinho, marafo, conhaque e uísque, rabo-de-galo; é sempre muito brincalhão, extrovertido.
Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus. Sua imagem costuma ficar na porta de entrada dos terreiros, pois ele também toma conta das portas, das entradas, etc...
É muito conhecido por sua irreverência, suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.

História de Zé Pilintra
José dos Anjos, nascido no interior de Pernambuco, era um negro forte e ágil, grande jogador e bebedor, mulherengo e brigão. Manejava uma faca como ninguém, e enfrentá-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de óbito. Os policiais já sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sózinhos, sempre em grupo e mesmo assim não tinham a certeza de não saírem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam.
Não era mal de coração, muito pelo contrário, era bondoso, principalmente com as mulheres, as quais tratava como rainhas.
Sua vida era a noite. Sua alegria, as cartas, os dadinhos a bebida, a farra, as mulheres e por que não, as brigas. Jogava para ganhar, mas não gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava, mandava embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrário, aos falsos espertos, os que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava os verdadeiros otários. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propósito quando as apostas ainda eram baixas e os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo aguardente, cerveja, vermouth, e outros alcoólicos que aparecessem.


Zé Pilintra no Catimbó
No Nordeste do Pais, mas precisamente em Recife (na religião que conhecemos como Catimbó), ainda que nas vestes de um malandrão, a figura de Zé Pelintra, tem uma conotação completamente diferente. Lá, ele é doutor, é curador, é Mestre e é muito respeitado. Em poucas reuniões não aparece seu Zé.
O reino espiritual chamado “Jurema”, é o local sagrado onde vivem os Mestres do Catimbó, religião forte do Nordeste, muito aproximada da Umbanda, mas que mantém suas características bem independentes. Na Jurema, Seu Zé, não tem a menor conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de esquerda, por que o Mestre tem essa capacidade. Tanto pode vir na direita ou na esquerda. Quando vem na esquerda, não é que venha para praticar o mal, é justamente o contrário, vem revestido desse tipo de energia para poder cortá-la com mais propriedade e assim ajudar mais facilmente aos que vem lhe rogar ajuda.
No Catimbó, Seu Zé usa bengala, que pode ser qualquer cajado, fuma cachimbo e bebe cachaça. Dança côco, Baião e Xaxado, sorri para as mulheres, abençoa a todos, que o abraçam e o chamam de padrinho.

Nomes de Alguns Malandros e Malandras:
Zé Pilintra
Zé Malandro
Zé do Coco
Zé da Luz
Zé de Légua
Zé Moreno
Zé Pereira
Zé Pretinho
Malandrinho
Camisa Listrada
7 Navalhadas
Maria do Cais
Maria Navalha

Sobre Exus


São espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram vida difícil como mulheres da vida; boêmios; dançarinas de cabaré, etc, etc...
Estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda.
São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre lembrados.
Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, e crianças, são servidores dos Orixás.
Não se deve confundir os Exus da Umbanda com Exu da Nação (candomblé), pois são diferentes.
Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens de seus "patrões". Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: A abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações.
Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc... de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Orixás), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada.
Os Exus estão divididos em 3 grandes linhas: Cemitério, Encruzilhada e Estrada.

Exus do Cemitério: É formada por Exus sérios, em sua maioria servidores de Omulú (Rei do Cemitério). Não costumam dar consulta, se apresentam principalmente em grandes obrigações, trabalhos e descarregos.
Ex: Sr. João Caveira; D.Maria Quitéria; D.Rosa Caveira; Sr. 7 Catacumbas; Sr. 7 Facas, etc....

Exus da Encruzilhada: Esta linha é formada por Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também de participar em obrigações e descarregos. Alguns deles se aproximam muito (em suas características) da linha do cemitério, são os que chamamos de "Encruza pesada", enquanto outros se aproximam mais da linha da estrada, "Encruza leve".
Ex: Sr.Tranca Rua; Sr. Veludo; D. 7 Encruzilhadas; Sr. 7 Encruzilhadas; D. Maria Mulambo; D. Maceió; etc...

Exus da Estrada: São os mais "brincalhões". Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas "brincadeiras" devem partir SEMPRE do guia e nunca do consulente. São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo. Nesta linha trabalham vários espíritos, desde os Exus da estrada propriamente dita, como também os Cíganos e a malandragem. Também se encaixam nesta linha alguns espíritos, que apesar de já terem atingido um certo grau de evolução, optaram por continuar sua jornada espiritual trabalhando como Exus (Exu Mangueira, Exu do Tempo, etc...).
Ex: D. Maria Padilha; Sr. Zé Pelintra; D. Rosa Vermelha; Sr. Tiriri; D. Cigana/Ciganhiha, etc...

A linha de Exus, é outra linha independente, assim como Ibeji, engloba-se no plano número 1 da Umbanda, através do qual tem se acesso aos planos positivos, por mérito e evolução, conseguidos através do trabalho de sapa.

Exú é a Polícia de Choque da Umbanda, é quem cobra na hora e também é quem tem maior ligação com os seres encarnados. Existem três tipos de Exu, à saber:

EXU PAGÃO: é aquele que não sabe distinguir o Bem do Mal, trabalha para quem pagar mais. Não é confiável, pois se pego, é castigado pelas falanges do Bem, então volta-se contra quem o mandou.

EXU BATIZADO: é todo aquele que já conhece o Bem e o Mal, praticando os dois conscientemente; são os capangueiros ou empregados das entidades, à cujo serviço evoluem na prática do bem, porém conservando suas forças de cobrança.

EXU COROADO: é aquele que após grande evolução como empregado das Entidades do Bem, recebem por mérito, a permissão de se apresentarem como elementos das linhas positivas, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Oguns, Xangôs e até como Senhoras.

Elemento e força da natureza: fogo
Dia da semana: segunda-feira
Chakra atuante: básico ou sacro
Planeta regente: Saturno e Plutão
Nota musical: dó
Cor vibratória: vermelho (totalmente), variando a tonalidade de acordo com sua evolução
Cor representativa: vermelho e preto, branco e preto, preto e amarelo (vide nota especial no final do capítulo *)
Cor do colar (guia): vermelho e preto, branco e preto, preto e amarelo, como acima
Saudação: Aruê-Exu, Arô-Exu ou Laroiê-Exu
Negativo: Quiumbas
Amalá: carne de porco ou de boi crua, cabrito, galinha preta, farofa com azeite de dendê, pimenta da costa, pipoca sem sal e sem açúcar, banana d'água
Otí: cachaça para os machos e champanhe ou anis para as fêmeas
Local de entregas: encruzilhadas, cemitérios, praias, lodo, pedreiras, etc.

Encruzilhadas abertas: para todos Exus (indistintamente)
Encruzilhadas fechadas: para todos os Exus (indistintamente)
Porteira de Curral: Exu das Sete Porteiras
Encruzilhadas Mistas: Exus mirins, etc...
Encruzilhadas em "S" ou curvas: Exu Tira-teima
Encruzilhadas em pé de galinha: Dona Pomba-gira
Encruzilhadas de estrada de ferro: Dona Maria Padilha
Encruzilhadas de caminho do mato: Dona Maria Molambo
NOTA: Nas curvas em S nunca se caminha pelo lado do ângulo da curva. Nunca se deve atravessar as encruzilhadas em diagonal, principalmente as de dentro do cemitério. Ao utilizar-se uma porteira de curral, entra-se pelo lado direito e sai-se pelo esquerdo.

Nota especial da cor representativa e dos colares (guias) *

Vermelho e preto: para todos os EXUS de encruzilhadas.
Preto e branco: Para todos EXUS com chefia, independente do local a que pertença.
Preto e amarelo: Exclusivas para os EXUS da Calunga Pequena (cemitério).

Os Exús nas sete linhas de Umbanda:

Linha de Ogum: Exu Tranca Ruas das Almas, Exu tranca Ruas de Embaré, Exu Tranca Ruas das Sete Encruzilhadas, Exu Veludo, Exu Sete Encruzilhadas, Exu sete Facas, Exu da Mangueira e outros.

Linha de Oxossi: Exu Marabô, Exu Tronqueira, Exu Mangueira e outros.
Linha de Xangô : Exu Marabô Toquinho, Exu Labareda, Exu do Lodo, Exu Pedra Negra e outros.
Linha de Yorimá : Exu Caveira, Exu Tata Caveira, Exu 7 covas, Exu Bananeira, Exu Mulambo, Exu 7 porteira e outros.
Linha de Oxalá : Exu Tiriri, Exu Veludinho, Exu Gira Mundo, Exu Sete Encruzilhadas e outros.
Linha de Yemanja : Todas as Pombagiras.
Linha de Yori : Todos os Exus mirins.